Uma das modalidades de investimento mais antigas e usada pela maioria da população brasileira é a poupança. Com certeza, sua primeira aplicação financeira foi a abertura de uma conta poupança em algum banco, e talvez nem maior de idade você era quando fez isso.
Porém, com a evolução da economia, grandes crises econômicas e períodos de inflação galopante, a poupança tem perdido e muito sua relevância, fazendo com que muitos acabem perdendo dinheiro por deixarem aplicados nessa modalidade.
Mas por que isso acontece? Será que a poupança não é mais uma opção segura para guardar dinheiro?
Veja neste artigo o que é poupança, como funciona a aplicação de juros e por que o risco de deixar seu dinheiro lá é grande.
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O que é poupança?
A poupança é considerada um investimento de renda fixa, pois remunera o investidor com juros mensais. É um dos mais acessíveis, visto que todos os bancos oferecem essa modalidade com as mesmas configurações.
Até mesmo menores de idade podem abrir uma caderneta de poupança e fazer suas aplicações, desde que sejam acompanhados pelo pai, mãe ou responsável legal durante a abertura da conta. Serão necessários alguns documentos para comprovação e, uma vez aprovado, já é possível realizar depósitos na conta poupança.
Esse investimento funciona como um empréstimo que a pessoa faz ao banco, e a instituição precisa destinar 65% de todos os recursos aplicados em caderneta de poupança para conceder financiamentos para quem quer comprar uma casa própria.
Por que muitos ainda investem na poupança?
Mesmo com a mudança na mentalidade de muitos brasileiros, alguns ainda tem receio de colocar seu dinheiro em aplicações financeiras que não sejam tão conhecidas, ainda que os rendimentos não sejam significativos.
E a questão não é só apenas uma preocupação com a segurança. A caderneta de poupança possui algumas facilidades que são atraentes para essas pessoas.
A primeira é a liquidez. Você pode resgatar o dinheiro quando quiser, bastando apenas ir a um caixa eletrônico (ou à internet mesmo) do banco ao qual você tem a conta, e fazer o saque. E dependendo do dia em que esse resgate for feito, é possível já extrair um rendimento daquilo que foi aplicado.
Outra grande facilidade é que o dinheiro investido na caderneta de poupança é isento de imposto de renda para uma grande parcela dos casos. Apesar de que é necessário que ao fazer sua declaração, você informe a Receita Federal o quanto tem depositado na sua conta.
Na verdade, você só paga imposto de renda sobre os rendimentos da poupança quando estes forem maiores do que R$ 250 mensalmente. Na prática, aqueles com até R$ 50 mil na poupança não pagam o imposto.
Outras taxas bancárias, como a de administração, não são cobradas devido a uma lei que proíbe os bancos de taxarem cadernetas de poupança. A abertura de conta é totalmente gratuita, inclusive, e todos os bancos trabalham com as mesmas regras de rentabilidade.
Quanto rende a poupança?
A caderneta de poupança foi criada ainda no século 19, pelo imperador Dom Pedro II. Até maio de 2012, todo dinheiro aplicado nela rendia 6% ao ano, pagando juros mensais de 0,5%, acrescentando também a variação da Taxa Referencial (TR), que passou a ser aplicada a partir de 1990.
Porém, as regras mudaram. A partir de 2012, os juros aplicados para quem realiza depósitos numa conta poupança seguem os seguintes parâmetros:
- Se a SELIC estiver acima de 8,5% ao ano, os juros serão de 0,5% ao mês mais a variação da TR
- Se a SELIC estiver abaixo de 8,5% ao ano, os juros serão equivalentes a 70% da taxa SELIC mais a variação da TR
Dessa forma, como atualmente a taxa SELIC está em 2% ao ano, a poupança rende 1,4% ao ano (ou 0,1569% ao mês). Isso claro, para as aplicações a partir de maio de 2012.
Quando a poupança rende?
A aplicação do rendimento é contada a partir da data de aniversário da aplicação. Mas o que isso quer dizer?
Um exemplo: você fez um depósito na sua conta poupança no dia 10 do mês de março. Os rendimentos só serão aplicados no dia 10 do mês seguinte, em abril. Caso você faça o saque do dinheiro antes dessa data, dia 09 por exemplo, não receberá os rendimentos que seriam aplicados até então.
Apesar de parecer um investimento seguro, a poupança possui riscos e que são protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), mantido pelas instituições financeiras. Ele assegura que, caso o banco dê calote ou venha a falência, quem tem o dinheiro aplicado receberá de volta até R$ 250 mil.
E essa garantia vale por CPF e por instituição. Por exemplo, se você tem dinheiro aplicado em uma conta poupança e em um CDB no mesmo banco, o máximo que irá receber do FGC é R$ 250 mil, mesmo que a soma dos dois ultrapasse esse limite.
Em contrapartida, caso você tenha uma conta poupança em uma instituição e uma outra poupança em outra instituição você pode ter R$ 250 mil em cada que estará coberto pelo FGC.
Não é o melhor investimento
Infelizmente, a caderneta de poupança não pode mais ser considerado um investimento rentável, nem muito menos seguro. Nos últimos anos, com os altos índices da inflação e queda na taxa SELIC, essa modalidade tem rendido menos a cada ano.
Uma das principais razões que fazem as pessoas investir é evitar que seu suado dinheiro perca o poder de compra conforme o tempo passa. Os produtos e serviços oferecidos sofrem oscilações, aumentando os preços e corroendo o valor da moeda.
Os rendimentos da poupança nos últimos anos têm sido tão baixos, que cada vez mais ficam próximos da inflação ou abaixo dela. Com isso, a rentabilidade real é zero, ou até mesmo negativa, fazendo com que o investidor esteja perdendo dinheiro.
O indicador que mede a inflação no Brasil é conhecido como Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), muito utilizado para calcular também a rentabilidade real das aplicações financeiras.
Por exemplo, em 2015, tínhamos a taxa SELIC ainda acima dos 8,5% que, acrescido a variação da TR, deu uma rentabilidade para a poupança de 8,07% naquele ano. Porém, a inflação medida pelo IPCA atingiu a marca histórica de 11,54%. Ou seja, quem segurou seu dinheiro na poupança, perdeu e muito seu poder de compra desde então.
Ainda neste exemplo, se você pudesse comprar um produto por R$ 10 no começo de 2015, no final do ano ele estaria custando R$ 11,15. Enquanto isso, esses mesmos R$ 10 teriam se transformado em R$ 10,81.
Você perdeu seu poder de compra. E isso tem acontecido ano após ano com a poupança.
Alternativas
Se a poupança não é um bom investimento, quais são as alternativas?
Vamos primeiro entender algo. Quem investe na poupança? Bem, é uma pessoa que quer segurança e ter a liberdade de poder sacar o dinheiro quando quiser. Pois bem, então temos que satisfazer dois pontos:
- Investimento seguro
- Liquidez alta
Se procuramos por investimentos seguros, devemos olhar para a renda fixa e procurar por aplicações com liquidez alta. Temos pelo menos duas opções: Tesouro Direto SELIC e CDB.
No Tesouro Direto SELIC, você empresta o seu dinheiro para o Governo brasileiro que rentabiliza a sua aplicação usando a taxa SELIC Over (que é um pouquinho menor que a taxa SELIC Meta – que é a anunciada).
Para efeito de comparação, se tivermos uma taxa SELIC a 2%, enquanto a poupança rende 1,4%, o Tesouro Direto SELIC irá render 1,9%.
O ponto negativo do Tesouro Direto SELIC é que o prazo de resgate da aplicação é de 1 dia útil. Então, você pede o resgate hoje e no dia útil seguinte o valor estará na conta da sua corretora.
Agora, o CDB é bem semelhante a poupança. Nesse caso, você está emprestando o seu dinheiro para o banco (basicamente igual a poupança), mas a taxa que o banco paga é negociável.
Facilmente você consegue achar um CDB com liquidez diária que pague 100% do CDI. O CDI é um valor um pouco abaixo da taxa SELIC (geralmente é igual a taxa SELIC Over). Atualmente o CDI é 1,9%.
Taxas e segurança
Essas alternativas, porém, têm taxas e imposto de renda. O Tesouro Direto, por exemplo, tem a cobrança da taxa de custódia para aplicações com mais de R$ 10 mil. E ambos têm a cobrança do imposto de renda regressivo.
Entretanto, mesmo descontando essas taxas, as alternativas que apresentei aqui levam vantagem no saldo líquido final.
Agora, em relação a segurança, as alternativas, no mínimo, empatam com a poupança.
O Tesouro Direto é a aplicação mais segura do país, mais segura até que a poupança. Já o CDB tem a proteção do FGC, usando exatamente as mesmas regras da poupança. Então aqui não tem muito o que ter dúvidas.
Vamos simular?
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Vou simular a aplicação de R$ 100 durante 360 dias.
Na poupança, ao final do período, teremos R$ 101,40. Perceba que o valor bruto é igual ao valor líquido, já que a poupança (nesse caso) não tem nenhum desconto.
Agora, se investirmos esse mesmo valor em um CDB com 100% do CDI, ao final do período teremos líquido R$ 101,52. Perceba que nesse caso, houve o desconto de R$ 0,38 de imposto de renda.
A diferença foi de 10 centavos, mas isso porque investimos R$ 100 durante 360 dias. Se investirmos mais durante mais tempo, essa diferença começa a ficar bem considerável.
Como conhecer mais?
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Conclusão
A caderneta de poupança tem sido muito popular entre os brasileiros, mas infelizmente acabou sendo uma opção perigosa para quem quer investir seu dinheiro. Esqueça essa aplicação, se você quer realmente preservar seu patrimônio.
Na verdade, o principal objetivo dessa modalidade está na sua própria definição: “poupar”. Por ser uma aplicação fácil de se investir, que é isenta de imposto e com boa liquidez, faz todo sentido para quem quer iniciar a sua construção de patrimônio guardar seu dinheiro numa conta poupança.
Existem, porém, alternativas melhores com as mesmas características. Então pesquise bem e invista bem o seu dinheiro.
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