O rating é uma forma de você ter uma ideia qual é o risco do investimento que você está de olho (ou que já está investindo), principalmente quando ele envolve empresas e países.

A função do rating é semelhante ao score. O score é uma nota que as pessoas físicas recebem e definem qual é o seu risco de crédito. Ou seja, o risco dessa pessoa se tornar uma devedora ou não.

O que é rating e por que ajuda na análise de risco dos seus investimentos

A diferença é que o rating está associado à empresas e países. Enquanto o score é algo “nacional” (ou seja, são empresas brasileiras que são as responsáveis), o rating é algo bem mais global (com empresas internacionais como responsável).

Já escrevi dois artigos sobre score. No primeiro falo o que é o score e a sua importância; já no segundo te conto quanto é o meu score e como você pode fazer para aumentar (e muito) o seu também.

Mas agora vamos falar sobre o rating!

Rating

Rating é uma nota que agências de risco dão as empresas e países. Em tradução livre rating significa “avaliação” ou “classificação” e é exatamente essa a intenção dessas notas.

Quanto maior a nota, melhor pagador é aquela empresa ou país e maiores as chances de honrar seus compromissos.

Através dessas notas também podemos classificar os ativos, considerando de maior ou menor risco. Cada agência tem a própria nomenclatura e método de classificação, mas, em algum nível, elas convergem.

Assim se você tem interesse em investir em uma empresa ou país através de uma debênture ou de ações é interessante observar qual é o risco da empresa / país.

Mas lembre-se, quanto menor o risco, menor a rentabilidade; quanto maior o risco, maior a rentabilidade. É sempre uma balança.

Usando rating como grau de investimento

Cada agência define uma nota mínima para o chamado grau de investimento. De forma simples, a partir dessa nota a agência considera que a empresa ou o país têm baixas chances de dar calote.

Usando rating como grau de investimento

Apesar de não parecer, quando possui grau de investimento a empresa / país tem acesso a novas possibilidades financeiras. Como, por exemplo, conseguir empréstimos com menor taxa de juros e condições de pagamento mais interessantes.

Você pode considerar isso como um prêmio por ser uma boa pagadora. Como o risco de quem está concedendo o empréstimo é menor então os juros também diminuem.

No fim, o rating como um todo reflete nesse tipo de situação. Mesmo que uma empresa ou país não tenha grau de investimento, ela também irá ter acesso a empréstimos. Com uma taxa de juros maior, é verdade, mas ainda terá acesso.

Agora, se o rating for muito baixo então esse tipo de operação pode até ser negada. A ideia aqui é que o risco de crédito (o risco da empresa / país ficar devendo) é tão alto que não vale a pena nem com taxas de juros muito altas.

Rating e as agências de risco

As principais agências de risco são Fitch Ratings, Standard & Poor’s (S&P) e Moody’s.

Fitch Ratings

A Fitch Ratings usa uma escala alfabética para classificar suas notas, usando a seguinte nomenclatura:

  • AAA: melhor qualidade, menor risco possível de inadimplência
  • AA: qualidade muito alta, risco de inadimplência muito baixo
  • A: alta qualidade de crédito, baixo risco de inadimplência
  • BBB: boa qualidade de crédito, expectativas de inadimplência são baixas atualmente
  • BB: especulativo, elevada vulnerabilidade de risco de inadimplência
  • B: altamente especulativo, risco de inadimplência é presente
  • CCC: risco de crédito substancial, inadimplência é uma possibilidade real
  • CC: riscos de crédito em níveis muito altos, inadimplência é provável
  • C: quase inadimplente, capacidade de pagamento muito afetada
  • RD: inadimplencia restrita, inadimplente mas ainda não decretou falência
  • D: inadimplente, falência decretada

O chamado grau de investimento é dado para as avaliações BBB ou maiores. Os classificados com A ou mais têm alta qualidade, já os classificados com BBB tem qualidade média, mas ainda têm grau de investimento.

Rating e as agências de risco

Ainda existem notas intermediárias como AAA+, AAA e AAA-. Em maio de 2020, por exemplo, a Petrobrás foi classificada como BB-; o Brasil é classificado da mesma maneira. Assim o país não tem grau de investimento.

Standard & Poor’s

A Standard & Poor’s possui classificações muito semelhantes:

  • AAA: a capacidade do devedor honrar seus compromissos é extremamente forte
  • AA: a capacidade do devedor honrar seus compromissos é muito forte
  • A: a capacidade do devedor honrar seus compromissos está suscetível a efeitos adversos mas ainda é forte
  • BBB: é mais provável que efeitos adversos enfraqueçam a capacidade do devedor em honrar seus compromissos
  • BB: essa é a primeira obrigação especulativa e a mais provável de honrar seus compromissos dentro dos especulativos. No entanto o devedor enfrenta incertezas e condições adversas podem impactar na capacidade de honrar seus compromissos
  • B: o devedor atualmente tem capacidade de honrar seus compromissos mas condições adversas prejudicam a capacidade ou disposição do devedor em honrar seus compromissos
  • CCC: o devedor atualmente é vulnerável ao não pagamento do compromisso e depende de condições favoráveis para honrar seus compromissos
  • CC: o devedor atualmente é altamente vulnerável ao não pagamento do compromisso e, apesar de ainda não estar inadimplente a S&P acredita que isso acontecerá, independente do prazo
  • C: o devedor atualmente é altamente vulnerável ao não pagamento do compromisso
  • D: o devedor está inadimplente em relação aos seus compromissos

Existem também classificações intermediárias como BBB+ e BBB- por exemplo.

O grau de investimento é dado às classificações BBB ou maiores. Sendo que as classificações A ou superior são de alta qualidade, já as BBB de qualidade média.

O Brasil atualmente é classificado como BB-, assim como a Petrobrás. A classificação foi revista em dezembro de 2019 e em maio de 2020.

Moody’s

Finalmente a Moody’s também possui sua classificação alfabética:

  • Aaa: máxima qualidade, risco mínimo
  • Aa: alta qualidade, risco muito baixo
  • A: qualidade média-alta, risco baixo
  • Baa: risco de crédito moderado, possui características especulativas
  • Ba: possui elementos especulativos, substancial risco de crédito
  • B: especulativo, alto risco de crédito
  • Caa: padrões pobres, risco de crédito muito alto
  • Ca: altamente especulativo com provável inadimplência
  • C: mais baixa classificação, inadimplente com baixas chances de recuperação
Rating e as agências de risco

Existem classificações intermediárias como Ba1, Ba2, Ba3, B1, B2, B3,… Onde quanto menor o número mais alta a classificação.

O grau de investimento com alta qualidade é dado para as classificações A ou superior e de média qualidade para as classificações Baa.

O Brasil está classificado como Ba2 e a Petrobrás também é classificada com essa nota. A classificação foi atualizada em maio de 2020.

Conclusão

É interessante observar que apesar de serem agências diferentes, com métricas diferentes elas convergem para a mesma conclusão.

Por isso antes de comprar notas de crédito de empresas é necessário verificar a avaliação delas para ter mais informações sobre sua situação dela como pagadora.

É claro, que as agências não conseguem garantir que uma empresa (ou país) irá te pagar ou não. Mas elas conseguem te passar qual é a probabilidade de um calote.

E lembre-se, sempre que você busca mais garantias a rentabilidade tende a ser menor. Então quem tem mais probabilidade em te pagar irá pagar menos juros, e vice-versa.

O que você achou? Você se sente mais seguro com os ratings?

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